O solo de Ana Beatriz Nogueira (recentemente no ar na novela “Todas As Flores”, de João Emanuel Carneiro, no Globoplay), Um Dia a MENOS, é uma adaptação de Leonardo Netto, também diretor desta montagem, do conto homônimo de Clarice Lispector.
Um Dia a Menos é um dos últimos contos escritos por Clarice Lispector (1920-1977), já no ano de sua morte. O texto fala da solidão e dos muros que eventualmente levantamos, sem perceber, ao nosso redor. Como que por um buraco de fechadura, acompanhamos a história desta mulher que é às vezes engraçada, às vezes patética, mas sempre de uma humanidade reconhecível por qualquer um. Uma mulher aparentemente normal, como muitas que vemos diariamente, conversando numa portaria, pagando uma conta num guichê de banco, comprando uma carne no supermercado. “O que mais me atrai neste texto é a humanidade da personagem criada pela autora. Esta personagem que tem como árdua a tarefa de atravessar um dia inteiro. De uma humanidade, repito, reconhecível por todos”, explica a atriz.
SINOPSE
Margarida Flores (Ana Beatriz Nogueira) vive só desde que sua mãe morreu, na mesma casa onde nasceu e cresceu. A funcionária doméstica da vida inteira está de férias, não há mais ninguém por perto, e ela tem diante de si a árdua tarefa de atravessar mais um dia inteiro sozinha, dentro de casa. Ela cumpre seus rituais diários, esquenta sua comida, almoça, torce para que o telefone toque, e vai buscando o que fazer até a hora do jantar, quando finalmente anoitece e pronto, um dia a menos. Até que, esgotada pela repetição infinita, Margarida tem um rompante inesperado.
A MONTAGEM
Utilizando uma poltrona, uma mesa de apoio e um telefone, Ana Beatriz Nogueira nos faz, com seu trabalho, enxergar uma casa inteira. Para o diretor, Leonardo Netto, a economia de recursos foi uma escolha, um caminho para se chegar ao essencial do teatro: o ator e a idéia contida no texto, que este ator vem dividir com o público.
“Um Dia a Menos, além de um espetáculo, ouso dizer, complexo na sua simplicidade, é também uma reafirmação da crença no poder de comunicação do teatro que, se resiste há cinco mil anos e sobrevive a todas as crises, é porque pode abrir mão de tudo, menos do humano. Do elemento humano, do questionamento humano, do pensamento humano. Ainda temos muito o que entender sobre nós mesmos. Esperamos estar contribuindo de alguma forma.”, diz o diretor, Leonardo Netto.
FICHA TÉCNICA
Do conto homônimo de Clarice Lispector
Com: Ana Beatriz Nogueira
Adaptação e Direção: Leonardo Netto
Assistente de Direção: Clarisse Derzié Luz
Desenho de Luz: Aurélio de Simoni
Figurinos e Ambientação Cênica: Leonardo Netto e Ana Beatriz Nogueira
Trilha Sonora: Leonardo Netto
Programação Visual: Chico Tomaz
Fotos: Cristina Granato
Uma produção de Ana Beatriz Nogueira
Realização: Trocadilhos 1.000 Prod. Art.
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
ANA BEATRIZ NOGUEIRA
A atriz carioca estreou profissionalmente no longa “Vera” (filmado em 1985 e lançado em 1987), dirigido por Sérgio de Toledo. Por este trabalho, aos 20 anos, foi premiada, entre outras láureas, com o Urso de Prata no Festival de Berlim, prêmio dado somente a três brasileiras – além dela, Marcélia Cartaxo e Fernanda Montenegro.
Desde então contabiliza, em sua trajetória, além de diversos outros prêmios, mais de uma dezena de filmes, 17 trabalhos na televisão, 14 peças de teatro. entre elas “Uma relação pornográfica”, do iraniano Philippe Blasband e direção de Victor Garcia Peralta; os solos “Tudo que eu queria te dizer”, com textos de Martha Medeiros, com direção de Victor Garcia Peralta e “Um Pai (puzzle)”, sobre livro de Sybille Lacan e direção de Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia; “As Três Irmãs”, de Tchekhov e direção de Bia Lessa; “Fala baixo, senão eu grito”, de Leilah Assunção e direção de Paulo de Moraes; “O Leitor por horas”, do espanhol José Sanchis Sinisterra e direção de Christiane Jatahy; “A memória da água”, da inglesa Shelagh Stephenson e direção de Felipe Hirsch, entre outras tantas produções.
A atriz esteve recentemente no ar na novela da Globoplay “Todas as Flores”, de João Emanuel Carneiro, como Guiomar.
No teatro, seus mais recentes trabalhos “Relâmpago Cifrado”, ao lado de Alinne Morais; e “Mordidas”, ao lado de Zelia Duncan, Regina Braga e Luciana Braga. Ana Beatriz Nogueira também foi idealizadora do projeto pioneiro Teatro Já, no Teatro PetraGold / RJ, que marcou a volta das primeiras peças depois do início da pandemia, em transmissão ao vivo do palco do teatro, e que lhe rendeu o título de Carioca do Ano de 2020 pela Revista Veja Rio, e uma indicação ao Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo. Ainda em 2020 criou o Teatro Sem Bolso, agora rebatizado de Teatro Com Bolso, que apresenta peças e shows em transmissões ao vivo ou pré-filmadas diretamente de sua casa.
LEONARDO NETTO
A Leonardo Netto é ator, diretor e dramaturgo. Estreou profissionalmente em 1989 na montagem de “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar O Bicho Come”, de Oduvaldo Vianna Filho, dirigida por Amir Haddad. Integrou por três anos o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, companhia estável dirigida por Aderbal Freire-Filho. Trabalhou com diretores atuantes do teatro carioca, como Gilberto Gawronski, Ana Kfouri, João Falcão, Luiz Arthur Nunes, Enrique Diaz, Celso Nunes e Christiane Jatahy. Seus trabalhos mais recentes incluem “Conselho de Classe” (direção de Bel Garcia e Susana Ribeiro), “A Santa Joana dos Matadouros” (direção de Marina Vianna e Diogo Liberano) e “Entonces Bailemos” (texto e direção do dramaturgo argentino Martín Flores Cárdenas).
Em TV, atuou em episódios das séries “Força-Tarefa”, “As Canalhas”, “Questão de Família” e “O Caçador”. Integrou o elenco dos seriados “A Garota da Moto”, “Magnífica 70” e “Me Chama de Bruna”. Seu trabalho mais recente é a minissérie “Assédio”, de Maria Camargo, na Rede Globo. Em cinema, trabalhou no longa de Sérgio Rezende “Em Nome da Lei”, e nos ainda inéditos” O Buscador”, de Bernardo Barreto, e “Três Verões”, de Sandra Kogut. Dirigiu os espetáculos “A Guerra Conjugal”, de Dalton Trevisan; “Cozinha e Dependências”, de Agnes Jaoui e Jean-Pierre Bacri; “Um Dia Como os Outros” (também de Jaoui e Bacri); “O Bom Canário”, de Zacharias Helm; “Para Os Que Estão em Casa” e “A Ordem Natural das Coisas”, estes dois últimos de sua autoria. Ganhou o Prêmio CESGRANRIO de Melhor Texto por “A Ordem Natural das Coisas” (além das indicações nas categorias de Melhor Espetáculo e Melhor Direção). Foi também indicado aos Prêmios Shell e APTR pelo mesmo texto.
Serviço:
ESTREIA: 07 de janeiro (sábado), às 21h30
ONDE: Teatro Renaissance
– Alameda Santos, 2233, Jardim Paulista / SP Tel: (11) 3069-2286
HORÁRIOS: sab às 21h30 e dom às 19h30 / INGRESSOS: R$80 e R$40 (meia) / VENDAS ONLINE é só clicar AQUI! / DURAÇÃO: 45 min / GÊNERO: drama / CAPACIDADE: 448 espectadores / CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos / TEMPORADA: até 12 de fevereiro
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