Confesso que não tinha sequer ouvido falar na Chapada das Mesas, no Sul do Maranhão, até um ano e pouco atrás, quando viajei ao Tocantins para conhecer o Jalapão. Lá, o guia da agência que fiz a expedição me falou dessa Chapada e pensei “não deve ter tanta coisa que fazer, pois nunca ouvi falar”. Hoje, pergunto-me como nunca tinha ido num lugar tão impressionante em belezas naturais. Neste post eu falo tudo sobre a Chapada das Mesas, como chegar, quais os atrativos, etc. Deixe-se surpreender! Acompanhe a gente também no Instagram, onde você pode receber várias dicas de viagem e conhecer paisagens incríveis! É só clicar AQUI!
Primeiro Dia
O ponto de partida para chegar à Chapada das Mesas, no Sul do Maranhão, foi Palmas, capital do Tocantins. Você pode até estranhar por que razão ir pra lá se o parque natural fica em outro estado. Até existe aeroporto mais próximo, que seria o de Imperatriz, só que as passagens para lá são absurdamente mais caras. Então, muita gente segue para Palmas e de lá percorre umas horinhas a mais de viagem pra economizar no custo total da viagem.
Expedição
Do aeroporto de Palmas até o hotel a opção mais em conta é mesmo de uber (R$ 28,00 reais), de táxi o valor é em média o triplo. É preciso pernoitar na cidade para no dia seguinte bem cedo sair num carro 4×4 rumo ao paraíso! São longas 7h de viagem, mas é menos cansativa que pude imaginar. No caminho paramos para almoçar, comer frutas e esticar as pernas. Ah, uma importante informação: o carro é abastecido com frutas, amendoins, barras de cereais, chocolates e água.
Carolina
O carro chega à cidade de Filadélfia, limite do estado, por onde passa o rio Tocantins que divide os estados de TO e do MA. É preciso pegar uma balça que faz o trajeto em cinco minutinhos e já pisamos em solo maranhense. Mais precisamente na cidade de Carolina (nome em homenagem à mulher de Dom Pedro). Já chegamos lá perto do fim de tarde, então o único atrativo deste dia é mesmo o por do sol, que é lindo! Tem um restaurante/bar que funciona num ponto estratégico chamado Chega+ e é ótimo pra admirar o visual e comer um petisco. A cidade de Carolina tem ar de cidadezinha do interior, mas conta com bons restaurantes, só precisa estar com o guia certo pra escolher os melhores lugares pra ir.
Segundo dia
Noite dormida, pé na estrada! Saímos do hotel por volta das 7h da manhã. O destino: Poço Encanto Azul, que eu teimei em chamar o tempo todo de encantado azul tamanho foi minha impressão dele. O lugar é lindo e encanta de fato todos os turistas que ali chegam. Este paraíso fica a 138 km de Carolina. Desses, 15 km são em estrada de terra.
Trilhas
O acesso se dá por meio de trilha, mas é algo bem fácil de chegar. De onde o carro estaciona até o poço são cerca de 400 metros, sem muita dificuldade. Aliás, ponto para a Chapada das Mesas: o acesso a todos os atrativos são bons, possuem cordas de segurança, plataforma de madeira, escadarias em boas condições. Inclusive fiz todos eles usando sandália havaiana, mas se preferir mais proteção recomendo um tênis. Pra levar aos passeios: protetor solar, repelente, boné e câmera fotográfica. Ah, leve sempre uma sacola plástica pra guardar algo que não possa molhar, pois tem cachoeiras que você só chega próximo levando um banho de respingo.
Poço Encantado
O Poço Encanto Azul foi descoberto tem pouco mais de dez anos, mas só está com maior controle de visitantes há um ano e meio quando passou a ter acompanhamento de guia e manutenção da área. Por isso, passou a ser cobrada entrada de R$ 20,00 por pessoa e você pode ficar lá o tempo que quiser. Ele tem cinco metros de profundidade. A água na verdade é mais esverdeada que azulada, pelo menos aos olhos de um daltônico (como eu). A dona deste paraíso é uma senhorinha de 86 anos que (pasmem) não conhece o local, a não ser por foto. Que pena!
De lá do poço, seguimos para a cachoeira Santa Paula e em seguida para a cachoeira Santa Bárbara, onde existe uma gruta com a imagem da santa. Ótima oportunidade para agradecer pelo privilégio de conhecer a Chapada das Mesas, um lugar tão lindo e ainda pouco conhecido pelos brasileiros.
Ambas as cachoeiras estavam com a coloração barrenta, devido às chuvas dos dias anteriores. Ainda assim estavam lindas de ver e fotografar. A Santa Paula tem 12 metros de queda d´água e possui uma tirolesa para quem quiser uma aventura a mais. Custa R$ 40,00 por pessoa.
Cachoeira
Na Santa Bárbara, a queda é bem maior: são 76 metros de altura, eventualmente se faz rapel por lá. Então os interessados ao fechar um pacote com agência já deve informar seu interesse para que já deixe tudo agendado. A rocha onde cai a água tem uma fenda que lembra a imagem de uma santa. A gente sabe que rocha, pedra e montanha é um festival de nomes que dão né? Com um pouco de “esforço” se imagina a imagem da santa sim!
Poço Azul
Depois seguimos para o Poço Azul, mas não demos sorte pois ele estava com a coloração da água barrenta devidos às chuvas. Levaria uns dias de sol para voltar ao normal. O acesso ao Poço Azul e complexo das cachoeiras custa R$ 50,00 por pessoa. Tem ainda como opcional de passeio a trilha ecológica. Esses são os atrativos mais distantes e únicos fora do município de Carolina, ficam na cidade de Riachão. Vale destacar o período mais chuvoso por lá: entre novembro e fevereiro, pegamos uma ou outra chuva, nada que atrapalhasse de fato nosso passeio.
O Parque Nacional da Chapada das Mesas é formado por muitos morros com a superfície plana, daí seu nome ser este. O principal deles é o morro do chapéu com 378 metros de altura, existe trilha pra lá. São mais de 400 nascentes catalogadas na região.
Terceiro Dia
O dia começa com a visitação à cachoeira de São Romão, no rio Farinha. Fica a 80 Km da cidade de Carolina, sendo 30 km em asfalto e outros longos 50 km em estrada de terra. E é muita “chacoalhada”, vale a pena tomar um remedinho para enjoo por precaução.
Esta cachoeira tem 40 metros de largura e 22 metros de queda. Como o volume de água estava muito grande pegamos um kayak para chegar à parte central da corredeira (que é bem leve) para fazer fotos vendo a cachoeira de frente.
Não esperávamos é que a vista embaixo dela fosse o grande “tcham” do passeio. O nosso guia nos levou pelas margens do rio até as pedras que dão acesso à parte de trás da cachoeira. Para isso, é preciso se molhar e falo de banho mesmo devido à quantidade de respingo de água e também por passarmos por uma pequena queda de água no caminho. Portanto, leve seu celular à prova d´água, Gopro ou câmera com proteção para não perder a oportunidade de fazer fotos lá. O visual é de cinema!
Ficamos ali sem querer sair, de tanto que gostamos. Dá pra sentar nas pedras e ficar admirando aquele espetáculo da natureza! Se usar lente de contato (como eu) proteja bem os olhos com as mãos ou boné para evitar a perda da lente, pois é muito respingo de água, como já falei acima. Como não dá pra passar o dia ali, seguimos já com saudade!
Da Prata
Na sequencia, foi a vez da cachoeira da Prata, tida como as cataratas da Chapada das Mesas devido à seu grande volume de água. E é muita água mesmo! Em períodos de poucas chuvas, ela fica dividida em três quedas de água, sendo a mais alta com 20 metros. Mas quando fomos ela estava como uma cachoeira só devido ao seu grande volume. Não dá pra tomar banho, mas chegando mais perto dela elas pedras é possível se banhar somente pelos respingos.
Portal
Para encerrar o dia em grande estilo: o Portal da Chapada, que possui uma fenda no seu paredão de pedra possibilitando um visual surreal! São cerca de 100 metros de altura. O acesso é fácil, só precisa ter um pouco de disposição para caminhar. O percurso é feito por uma trilha de areia e mais acima os visitantes vão pisando em pedras. Algo em torno de 20 minutos de caminhada e estamos lá! Não deixe de levar água e repelente, pois lá foi um dos lugares onde mais senti os bichinhos famintos.
A pedra tem na sua parte superior algumas árvores que dão sombra aos visitantes, e a paisagem encanta sob qualquer ângulo. Claro que a fenda é o local mais disputado. Indo em baixa temporada, como agora, você desfruta de todos esses passeios sem “concorrência” para fotografias. Esta foi uma das vantagens de ir nesta época. Em vários passeios não encontramos ninguém, ou seja, os atrativos eram exclusivos “nossos”! Depois de vislumbrar a paisagem, hora de ir pro hotel descansar, pois ainda tem mais um dia de viagem.
Quarto Dia
No último dia do passeio, fomos ao complexo da Pedra Caída, um santuário ecológico de propriedade privada com diversas atrações, como tirolesa (R$90,00), teleférico para subir ao morro onde há uma pirâmide de vidro para meditação (R$60,00), mas o equipamento só funciona com mínimo de dez pessoas. Se fizer o combo (tirolesa + teleférico) você paga R$ 120,00. A entrada do complexo custa R$ 140,00 por pessoa. Fica a 37 Km da cidade. Tudo que você consumir dentro do complexo será registrado na pulseira que você vai receber na entrada do estabelecimento. No final, a pulseira com chip é entregue no caixa e você faz o pagamento total.
Caverna
O complexo tem uma área de 12 mil hectares de terra. A primeira cachoeira que visitamos foi a da Caverna, que tem esse nome porque para ter acesso a ela é preciso passar por dentro de uma caverna com corredeira baixinha. O espaço é pequeno mas super aconchegante. Só imaginava uma daquela no quintal de casa. Sonhar não custa nada né? Tem 12 metros de queda de água.
E como a gente não se cansa de água, fomos ainda para a cachoeira do Capelão (nome de uma espécie de macaco que habita a região). Tem 19 metros de altura. Uma delícia para se banhar. A queda da água é um filete forte e você consegue chegar nele subindo pelas pedras com cuidado, apoiando as mãos no paredão.
Santuário
E quem disse que chega de água? O melhor ainda estava por vir: a cachoeira do Santuário, que recebeu este nome por ser lugar onde os índios faziam seus rituais, crenças e batizados. O lugar é mesmo sagrado, só pode ser! A começar pelo acesso que é por meio de um canyon lindo, que mais parece cenário de filme.
Mais próximo da cachoeira, você vai caminhando por dentro de uma corredeira calminha com água pouco acima do joelho. E logo se depara com um lago de onde cai a água deste santuário. São 46 metros de queda e um visual de tirar o fôlego. Olhar aquele mundo de água caindo pela fenda lá em cima, ainda com a moldura de algumas árvores é impressionante. Por mais que eu tente descrever, este lugar em especial é indescritível!
E assim acabou nossa expedição pela até então “desconhecida” Chapada das Mesas. Um dos lugares mais incríveis que já conheci, com uma beleza impressionante. Não dá pra falar somente das chapadas Diamantina, Veadeiros e Guimarães. Inclua na no sua rota de viagem a das Mesas! Este lugar nos surpreende até embaixo d´água!
Que tal conhecer também sobre o Jalapão? Outro destino imperdível! É só clicar no link do post!
Nesta viagem, fiz a expedição com a empresa de turismo Jalapão Selvagem, a mesma que há pouco mais de um ano me levou a outro paraíso chamado Jalapão, no Tocantins. Super recomendo-a pelo profissionalismo da equipe com que realiza os passeios na região, pela forma com que os guias tratam os grupos e fazem com que a gente se sinta em casa, inclusive nos dando a possibilidade de decidir sobre questões como ficar mais ou menos tempo em determinado atrativo, etc.
Obs: quando você fecha o passeio com a agência, já estão inclusos hospedagem, alimentação, trasporte e até as taxas dos atrativos. Somente a pernoite de chegada e saída da capital do Tocantins fica por sua conta. Contate-os avisando que foi indicação nossa que você ganha preço diferenciado!
Serviço:
Jalapão Selvagem / www.jalapaoselvagem.com
e-mail: jalapaoselvagem@gmail.com
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