Malta: o menor país da União Europeia!

E você já pensou fazer as malas e partir pra Malta, o menor país da União Europeia? Pois é, embora pequeno, tem atrativos incríveis e que vale muito a pena a viagem. Malta fica entre a Itália e a África e por conta da sua localização super privilegiada foi muito cobiçada e disputada, além de dominada por diversa civilizações. Fenícios, árabes, espanhóis, britânicos, olha só que salada hein! Fato é que cada um deixou um pouco de si e este destino se tornou um verdadeiro caldeirão de história e muita cultura, além de ter paisagens naturais impressionantes.

Dia 01 – Valletta

Logo no portal de entrada da cidade encontramos o Tritão, uma divindade marinha, que é metade homem metade peixe. Filho do deus do mar, Poseidon, e da deusa Anfitrite. Nas mãos, uma concha pra controlar as ondas do mar e deixá-lo mais calmo ou agitado. Valletta é uma cidade murada, foi fundada em 1566. Ao entrar, temos o Parlamento de Malta e a poucos passos a Pjazza Teatru Rjal, que chama atenção pelas lindas colunas e aspecto de inacabada.

Durante a segunda guerra, Malta foi atingida por muitos bombardeios. Foram mais de 60 mil bombas. Neste local, funcionava o antigo Teatro Real de Ópera, era o mais famoso deles, construído em 1866. Só que com tantos incêndios e bombardeios, resolveram deixá-lo como está até hoje, algumas colunas preservadas e o resto parecem ruínas, atualmente funciona como centro cultural.

Arquitetura

A arquitetura é barroca e chama atenção a influência renascentista com elementos militares, pois a cidade foi construída por cavaleiros de São João. Valletta é uma cidade murada e dá pra fazer tudo a pé. Em muitas ruas sequer passam carros. Muitos edifícios parecem quartéis por causa da construção austera. O Alberge Castille é um deles, onda hoje funciona a sede do primeiro ministro de Malta. E junto dele, temos acesso ao Upper Barrakka Garden, que oferece belíssima vista de um grande terraço. Pra mim o local mais lindo de contemplação de Valletta.

É de lá onde são disparados os tiros de canhão, tosos os dias, ao meio-dia e às 16h. Os tiros antigamente serviam pra saldar os navios visitantes. O acesso é gratuito, paga-se apenas pra descer ao espaço onde estão instalados os canhões. Não acho que valha a pena, até porque de cima a vista é mais bonita. Para reservar hotel, é só clicar AQUI!

Three Cities

Fica lotado, mas de onde estiver dá pra ver bem os disparos. De lá também saem ferry boats para as três cidades que vemos à frente do terraço. São as chamadas Three Cities: Vittoriosa, Senglea e Cospicua. O bilhete custa 2,50 euros | R$ 13,50 (trecho) ou 4,50 euros | R$ 21,60 (ida e volta). Se tiver o cartão de transporte ele também é válido para este trajeto.

Co-Catedral

Não deixe de visitar a Co-Catedral São João, que fica bem na área central. É fantástica! A principal igreja de Malta, tem estilo barroco e no seu interior várias pinturas de Caravaggio. É uma das igrejas mais ricas da Europa com muito mármore e ouro. No piso estão vários túmulos de cavaleiros que formam um grande painel decorativo. O acesso é gratuito e lembro que não pode entrar de camisa sem manga.

Comida

As ruas são bem movimentadas, muitos bares, restaurante, lojas…os preços são mais caros que os do Brasil, mas se procurar bem a gente consegue achar algo mais em conta e não vai ser lá um absurdo. Um local ok você vai pagar por uma massa por exemplo 120 reais. Se quiser economizar mesmo aí uma dica é usar e abusar do Spar, uma rede de supermercado que tem unidade na rua principal e que funciona 24h. Uma mão na roda, lá é possível comprar lasanha ou salgados pra esquentar na hora e você pode comer na praça (foi o que fiz), também vale a pena garantir o café da manhã, comprando frutas, iogurte, sucos etc.

Centrinho

No mais bata muita perna no centro porque é um charme só. E o comércio funciona até lá pelas 23h. Não vi baladinha, mas os bares são animados, alguns com música ao vivo. O centro é daqueles que a gente vai circulando meio que sem destino pra descobrir o que o lugar oferece. Tem muitas igrejas, monumentos, mirantes. São 359 igrejas em Malta por isso brincam que é praticamente uma igreja pra cada dia do ano.

Mdina

Seguimos pra Cidade Silenciosa, Mdina, que fica a cerca de 13Km de Valletta. Dá uns 45 minutos de busão. A cidade fortificada nos remonta a mais de 4 mil anos, até o Séc XVI ela era a capital de Malta. Aqui também dá pra fazer tudo a pé. O lugar tá sempre cheio de turistas, tem muitos monumentos, igrejas, museus, lojas de souvenris.

A arquietura é barroca e bem medieval. Ficou conhecida como Cidade Silenciosa porque tem estilo medieval, é amuralhada, possui ruas estreitas e parece que parou no tempo. Fundada pelos fenícios, ganhou fama porque foi cenário da série Game of Thrones. É uma verdadeira viagem no tempo, inclusive com direito a carruagens.

Porta Azul

Um dos lugares mais visitados é a chamada Porta Azul, que não tem nada demais. Na verdade, uma porta de cor azul, emoldurada por umas flores e que por conta do charme os visitantes começaram a fotografar e ganhou visibilidade, mas nem se trata de um atrativo oficial. Como passei na frente por acaso fiz a foto. Se você tiver um ritmo bom de bater perna, três horas são suficientes. Se quiser entrar em museus, igrejas, conhecer de forma mais aprofundada aí reserve uma manhã ou tarde inteira. Do lado de fora, há sítios arqueológicos.

Rabat

E caminhando mesmo chegamos a Rabat, que fica juntinho de Mdina. A origem do nome é árabe e significa subúrbio fortificado. Chama atenção por lá as varandas de madeira malteza que ganharam cores. Temos a Igreja São Paulo, onde à frente há um globo em mármore girando num espelho d´água. E junto dela, as famosas Catacumbas de São Paulo, que são dos séculos III e IV depois de Cristo. Passamos por salas com lindas exposições, além de objetos de antiguidade.

Catacumbas

Essas Catacumbas foram usadas por cristãos primitivos para sepultá-los e também para rituais funerários. As galerias subterrâneas são bem extensas, estreitas e em alguns trechos com pouca luz e ainda há caminhos que mal dá pra ficar em pé. Mas tudo bem seguro e interessante de conhecer. Ah, embora úmido, senti muito calor por lá.

No caminho, encontramos algumas mesas em pedra que eram utilizadas nas comemorações de renovação dos ritos dos mortos. Lá está ainda a Gruta onde tradicionalmente o apóstolo São Paulo teria se refugiado após naufrágio descrito no Novo Testamento. Funciona das 9h às 17h com última entrada às 16h30 e custa 6 euros | R$ 32,40 (adulto).

Dia 02-Blue Lagoon

Neste dia, nosso destino foi a famosíssima Blue Lagoon, que fica na Ilha de Comino. Pra chegar lá, pegamos o busão. Saímos cedo pra aproveitar bem o dia já que o trajeto era mais distante até o ponto de embarque do boat. O bilhete a gente compra na hora mesmo, custa 13 euros (R$78 ida e e volta) e os barcos saem a cada 30 ou 45 minutos. Não balança muito, é bem estável e super tranquilo o trajeto. Inclusive, a paisagem é tão bonita que nem sentimos o tempo passar. Tem barco das 8h30-17h indo e voltando.

Barco

O trajeto de barco leva cerca de 1h15. Lá, temos a opção de lockers que custam entre 5 a 7 euros | R$27 a R$ 37 , dependendo do tamanho que vai precisar; e banheiro a 1 euro | R$6. A ilha conta com vários food trucks, numa espécie de Praça de Alimentação. Os preços são bem justos em se tratando de ilha. E tem boa variedade como hamburgueres, pizza, etc. Na lagoa há delimitação de área pra banho e conta com salva vidas. Ela é bem rasinha em boa parte de sua área…vai ficando funda à medida que se afasta muito da margem.

Trilhas

Há trilhas pra caminhar e que levam a outras lagoas, com duração de 15 a 30 min de pernada. Vá com sapatilha náutica (aquelas aquáticas) pois o local não é de difícil acesso mas conta com muitas pedras e cascalhos. A sapatilha foi essencial pra todas as atividades com água nesta viagem. O visual da parte mais alta do morro pra lagoa é lindo! O bom de ir por conta própria é que ficamos na Lagoa o tempo que queremos e podemos voltar em qualquer um dos barcos nos horários disponíveis (a fila vai se formando no píer por odem de chegada).

Ilhas

É fácil entender a geografia de Malta, são três ilhas principais: Malta, Gozo e Comino. Malta é a maior delas onde está a capital Valletta; Gozo é a mais distante e mais preservada; e Comino fica entre as duas e ganhou fama pela Lagoa Azul. Não há muito espaço pra colocar as coisas perto da escada onde descemos pra lagoa, mas com jeitinho a gente consegue. O guarda-sol com cadeira lá custa os olhos da cara: 35 euros (R$ 217). Então é deixar num cantinho e foi bem tranquilo. Água das mais cristalinas que já vi na vida!

Dia 03-Kalanka

No terceiro e último dia por este destino incrível fomos até Kalanka, um local que é muito explorado por quem vive lá, bem menos turístico e de beleza única. Fica a poucos minutos da famosa Saint Peters Poool, que é bem badalada e tá sempre muito cheia. Então a dica pra quem quer beleza igual e muito mais tranquilidade, o local parece um refúgio, jogue-se em Kalanka. Pra descer até a água tem uma escada tipo aquelas de piscina, e também dá pra pular da rocha na área mais funda (super transparente) numa boa.

Relax

A água é uma delícia pra relaxar. Kalanka significa Enseada Rochosa. A área tem pedras lisas e dá pra gente sentar ou mesmo deitar mas não há faixa de areia ok? Nem ambulantes, nada. Cada um leva o que vai consumir e cuida do seu lixinho. Em um dos lados dá pra fugir do sol, se protegendo abaixo das sombras promovidas pelas falésias de calcário branco. Leve protetor e água pra hidratar porque o sol é intenso.

É isso pessoal, Malta é um destino incrível! Fica no coração do Mediterrâneo, tem muitas paisagens naturais belíssimas, muita história, clima com sol praticamente ano todo, é um lugar pra quem gosta de natureza, arquitetura, cultura. Abaixo, algumas dicas importantes!

Dicas

O transporte público por lá funciona muito bem! Do aeroporto mesmo, no lado de fora, compramos o bilhete para um dia ou mais ou até mesmo tíquetes individuais. De lá, pega-se um ônibus exclusivo que sai do aeroporto para a área central que custa entre 2,50 e 3 euros | R$ 13 a R$16. Dependendo da quantidade de pessoas, pode valer mais a pena pegar transporte por App. AO chegar lá, fui de carro já que o próprio administrador da hospedagem que reservei se ofereceu a prestar o serviço cobrando o mesmo preço do transporte por App (10 euros | R$ 60). Em geral, os ônibus não demoram muito, pelo contrário achei bem rápidos e foi super confortável circular de busão pela cidade. Ah, por lá é mais barato pegar transporte por App usando o Bolt, concorrente do Uber.

Roteiro

Chegando no destino faça logo Valletta pra ir se encantando com o lugar, sentir a vibe e conhecer os atrativos que estão todos muito próximos. E nos demais dias em que estiver fazendo Blue Lagoon e Kalanka inclua Valletta no horário que retornar do tour, pois ela funciona super bem de dia e à noite e você pode conhecê-la um pouco cada dia da viagem. Até porque todo mundo passeia mas termina voltando pra curtir mais do centrinho histórico de Valletta.

Hospedagem

Já adianto que se hospedar em Malta não é barato, então se quiser dar aquela boa economizada a dica é se hospedar nos arredores da capital Valletta. Fiquei a cerca de 15 minutos de ônibus do centro histórico e como o transporte por lá funciona super bem, com horários definidos, pagamento de bilhete no cartão ao próprio motorista, tudo muito prático. Não senti falta de estar tão perto do vuco-vuco turístico. Na região que fiquei, a diária casal em Airbnb custa em média R$ 450 por noite.


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