Mostra de Cinema e Feira de Literatura movimentam Turismo em Amaraji, PE

A palavra, em todas as suas narrativas, é a grande protagonista da III Mostra Cinema na Mata – Curta a Palavra, que vai acontecer nos dias 24, 25 e 26 de março, no Pavilhão de Amaraji, cidade situada na Zona da Mata Sul, a 96 km da capital pernambucana. Organizada pela cineasta Clara Angélica e a produtora Jô Conceição, a mostra cresceu, ganhando mais um dia de exibições. Além dos três dias na cidade, a mostra também irá para dois assentamentos, além de oficinas e rodas de conversas. Acompanhe  gente também no Instagram, onde você pode receber várias dicas de viagem e conhecer paisagens incríveis! É só clicar AQUI!

Crédito: Gil Vicente – Cedida pela Assessoria de Imprensa do Festival

“A expectativa é de triplicar o público”, conta Clara, ressaltando que a mostra acontece simultaneamente à I FLIAMAR – Feira Literária de Amaraji, que integra o Circuito Cepe de Cultura. “É a primeira vez que a cidade recebe um evento desse nível e com essa abrangência, misturando linguagens tão potentes e tão necessárias para a formação cidadã”.

Tanto a mostra quanto a feira serão realizadas no entorno do Pavilhão de Amaraji, que é o marco zero da cidade. “Vamos ter ainda apresentações musicais com artistas e bandas locais e um grande show de encerramento”, avisa Clara, que também lançará, no dia 26, dentro da FLIAMAR, o livro “A Palavra da Boca Pra Fora”, escrito por ela e ilustrado por Rodrigo Fischer. Com acesso gratuito, a programação da mostra “Cinema na Mata” está dividida por temas. Na quinta, 24, acontece a “Sessão Amaraji em Tela”. A curadoria busca através das paisagens imagéticas e sonoras personificar Amaraji em filmes. Por isso, as narrativas que compõem a sessão são única e exclusivamente as que têm a cidade como locação.

O teaser da primeira Mostra Cinema na Mata abre a noite. Dirigido por Breno César, registra as atividades da primeira edição da Mostra Cinema na Mata – Curta a Palavra. Na sequência, será exibido Poesia Animada, criação coletiva orientada por Quiá Rodrigues, realizada com crianças durante a  Oficina de Animação, pelo próprio Quiá em parceria com Gabi Saegesser, utilizando elementos da natureza a partir de textos escolhidos do acervo da Cine-Biblioteca Bondosa Terra, sediada no Associação Sociocultural Bondosa Terra de Amaraji, no Assentamento do MST do Engenho Estivas.

A programação da “Sessão Amaraji em Tela” segue com o curta de ficção O Pedido, de Adelina Pontual, cuja história se passa num velho casarão do Engenho Guloso, onde uma velha e sua jovem afilhada preparam-se para receber uma misteriosa visita que realizará um antigo desejo. O filme, de 1999, marca a estreia de Hermila Guedes no cinema. A premiada atriz contracena com a veterana Geninha da Rosa Borges. A Menina Banda, também de Breno César, será exibido na sequência. Trata-se da história da Menina Banda, que emite sons como um instrumento musical e os personifica, o que causa desconforto nos cidadãos do vilarejo, o Assentamento Estivas, de Amaraji. Por fim, será mostrado Roda Gigante, dirigido por Iomana Rocha, sobre uma avó e sua neta, que vagam no interior nordestino.

Na sexta, 25, acontece a “Sessão Cinema Falado”, que traz dois longas que estão entre o limiar da palavra, poesia, da palavra encenada e da linguagem fílmica, tendo como foco os limites e peculiaridades que o meio audiovisual pode proporcionar à palavra e à contação de histórias. O primeiro filme da noite é O Baile do Menino Deus, sob a direção de Tuca Siqueira. Com novos solistas, como a rainha da ciranda Lia de Itamaracá e o cantor Chico César, o auto natalino encenado e transformado em filme, traz frescor à história, com elementos contemporâneos como o hip hop de Okado do Canal para celebração do nascimento do Menino Jesus, que representa renascimento e esperança. Depois, o público poderá conferir Bom Dia, Poeta – Uma Terra Encantada de Mundo, de Alexandre Alencar. O filme revela vida e obra de Lourival Batista, o Louro do Pajeú, um dos grandes poetas e repentistas da região do Vale do Pajeú, destacando a história da cantoria de viola, uma das vertentes do romanceiro popular nordestino.

No sábado, 26, a terceira noite de exibição, com a “Sessão Poesia”, que tenta através de um filme narrativo e um não narrativo captar e reproduzir a poesia das imagens, dos sons, das nossas crianças internas e das crianças que já são adultas, do nascimento e finalização da vida. A sessão abre com um curta-metragem, resultado da oficina de stop motion orientada por Quiá Rodrigues. A partir de elementos da natureza, luz, som e emoção, as crianças que participarem da oficina ao longo da Mostra poderão ver a arte que produziram. Nas tardes que antecedem as sessões, os realizadores participam de rodas de conversa, no espaço da FLIAMAR, com mediação da diretora e produtora cultural, Cynthia Falcão. No dia 24 o tema será “Paisagens Possíveis”, com as participações de Adelina Pontual, Iomana Rocha e Breno César. No dia 25, o bate papo terá as presenças do escritor e diretor geral de O baile do Menino Deus, Ronaldo Correia de Brito, da produtora do filme, Carla Valença, e do diretor Alexandre Alencar. Os encontros serão às 16h.

Encerrando a programação, será exibido King Kong em Asunción, do premiado Camilo Cavalcante. Trata-se da história de um velho matador de aluguel que está escondido na região desértica da Bolívia. Após cometer o seu último assassinato, ele viaja para Asunción, para conhecer sua filha. Durante a jornada, ele reflete sobre a sua vida e o que restou dela. O filme une quatro países: Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil, cuja única locação foi em Amaraji.
Além da programação de filmes, haverá a oficina de Stop Motion “Animando as Palavras”, com o renomado animador Quiá Rodrigues, de 21 a 25 de março, voltada para crianças e jovens. Quiá já recebeu mais de 20 prêmios somente com o curta “Cabeça Papelão”. Com uma extensa carreira no cinema e na TV, ele estimulará os participantes a criarem poesia através da imagem estática que é transformada em filme, com elementos da natureza comuns às paisagens de Amaraji e de trechos de poemas selecionados.

Também entre os dias 21 e 25 de março, acontecerá a oficina “Cineclubismo”, com Anina Dias, voltada para jovens e adultos. Há 10 anos se dedicando à pesquisa, criação e produção das atividades de formação audiovisual do Cineclube Cidadania, desenvolvidas em escolas públicas e privadas, festivais de cinema e seminários de Cinema e Educação, Anina Dias trará um oficina que, de maneira simples, pretende expor as potências da pedagogia do cinema. A oficina Formação de Mediadores de Leitura é voltada para os professores e educadores da cidade. A finalidade é formar profissionais na arte de mediar leitura literária. Os participantes serão sensibilizados a aprender diferentes práticas e técnicas de mediação de leitura, que favoreçam às crianças, jovens e adultos escolher e indicar livros, comentar o que leram, compartilhar dúvidas e impressões sobre suas leituras, aproximando-as do mundo da literatura e da linguagem escrita e acontecerá de 23 a 25 de março. Com patrocínio do Funcultura, a mostra é uma realização da Associação Sociocultural Bondosa Terra e da Companhia Editora de Pernambuco, com apoio da Prefeitura Municipal de Amaraji, através das Secretarias de Cultura, Turismo e Juventude e de Educação.

Mais sobre Amaraji

Amaraji, a 96 km do Recife, é ecologicamente atraente e propicio ao turismo de aventura. Teria surgido em torno de uma feira, realizada aos domingos no Engenho Garra (sede do município), nos idos da segunda metade do século 19. Essa feira atraiu o comércio e novas moradias, o que é comum quando se observa a história do surgimento de municípios pernambucanos. A feira foi crescendo e terminou por gerar o povoado de são losé da Boa Esperança. Foi, então, construída uma capela votiva ao padroeiro São José. Em 1889, a Lei Provincial n° 2137, de 9 de novembro, elevou o povoado à categoria de vila, a Vila de São José da Boa Esperança, pertencente ao município de Escada. No ano seguinte, ocorreu a emancipação da vila, com a denominação de Amaracy, depois Amaragi e, finalmente, Amaraji.

Foto / Divulgação : cedida pela Assessoria de Imprensa do Evento

O nome tem origem no tupi-guarani, sendo a junção de “amar”, remetendo a “águas do céu”, e “ragy”, “abundância”, ou seja, região de muita chuva. A cidade é banhada pelo rio de nascente em suas terras, que tem o nome de Rio Amaraji. Qual a versão absolutamente correta não é possível afirmar, mas o município tem nas aguas alguns dos seus mais encantadores atrativos e está repleto de atrações aquáticas, com pequenas praias fluviais, açudes, a bica do eng guloso e as cachoeiras do Rio Morto, do Engenho Garra, das Guaribas, Poço e Cachoeira do Cachimbo, e  Cachoeira do Engenho Animoso. E, falando no Engenho Animoso, também merece destaque a capela do sagrado coração de Jesus com sua construções do passado, da propriedade.

Foto / Divulgação : cedida pela Assessoria de Imprensa do Evento

Com tantos engenhos, casarões antigos, temos a linda casa do barão  de Amaraji, e sua linda Capela com construções do século 19. Dispensável dizer que a maior cultura agrícola do município é a cana-de-açúcar. Contudo, também são fortes as culturas do chuchu, do abacaxi, da mandioca, do inhame, da borracha, da banana, da batata-doce e da laranja. A cidade conta com um parque aquático dotado de piscinas, bares, restaurantes e oferta de passeios a cavalo, trilhas pelas suas matas e cachoeiras. Na área urbana, é interessante conhecer as edificações do século passado, a Igreja Matriz de São José, o coreto e a feira popular (aos sábados).

Foto / Divulgação : cedida pela Assessoria de Imprensa do Evento

Amaraji também é conhecida por festejar datas religiosas e profanas, quando são apresentadas suas principais manifestações folclóricas, como o bacamarte, a ciranda, o coco e a quadrilha matuta. No seu calendário de eventos estão vaquejadas, cavalgadas, a festa do Padroeiro São José (em março), a encenação da Paixão de Cristo (Semana Santa), os festejos juninos, o aniversario de fundação do município (em julho) e a tradicional Corrida de Carro de Mão do Engenho Prata Grande (móvel).

Foto / Divulgação : cedida pela Assessoria de Imprensa do Evento

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