Vale do Pati: saiba tudo sobre esta trilha de 3 dias pela Chapada Diamantina (BA)

Antes de qualquer coisa, é preciso entender o que corresponde ao chamado Vale do Pati. É uma região formada pelo curso do Rio Pati e abrange algumas cidades da Chapada Diamantina, sendo Mucugê a mais conhecida delas. É considerada uma das melhores trilhas do mundo quando se pensa em trekking. Acompanhe a gente também no Instagram, onde você pode receber várias dicas de viagem e conhecer paisagens incríveis! É só clicar AQUI!

Lençóis

Você pode iniciar o tour por algumas cidades da região, muita gente começa pelo município de Lençóis, que conta com uma ótima infra pra receber os turistas e foi de lá meu ponto de partida. Nesta reportagem, vou dividir com vocês a minha experiência em mais uma trilha pela Chapada. Seguimos do centro de Lençóis com a Cirtur, empresa pioneira que oferece os principais tours da região.

Dia 01

Dica número 01: leve o mínimo de coisas possível, apenas o que realmente precisa. Não esqueça do protetor solar, repelente, óculos de sol, boné e água (em alguns pontos existem nascentes e dá pra reabastecer). Lembre-se de que você mesmo levará tudo que precisa (roupas, objetos pessoais e parte dos alimentos providenciados pelo guia e que serão consumidos pelo grupo nesta aventura). São 38km de trilha: usar bota é o ideal ok? Se for insistir no tênis que ele seja o mais confortável possível, pois este item é mais que fundamental. O primeiro dia já começa às 7h saindo de Lençóis. São 2h de Toyota (1h de asfalto e 1h de terra), no caminho tem mercadinhos onde podemos comprar água, biscoitos, barra de cereal, etc. No vilarejo de Guiné (distrito de Mucugê) começa a pernada. É o dia que andamos menos. Mas já tem muita subida de montanha.

Mirantes

Paramos no Mirante do Aleixo (entrada do Pati depois de caminhar 30 min montanha acima). Está a 1,2 mil metros acima do nível do mar. E depois de mais 40 min de pernada, o esperado banho pra relaxar no Rio Preto, onde fazemos o lanche que é nosso rango do almoço. O guia recolhe os alimentos que vai precisar para a refeição e monta a mesa numa pedra junto a uma sombra. E o almoço é muito bem servido: sanduíches, bolo, frutas, suco, tem até tapioca feita na hora pelo guia.

Cacto

Ao longo da trilha a gente vai tendo uma aula de conhecimentos com o guia credenciado. Numa das paradas observamos o cacto chique chique, que possui água internamente e antigamente era cozido pelos nativos pra se alimentar. Para não entrar em extinção, passou a ser proibido o cozimento. Ao passar as mãos delicadamente pelo corpo do cacto (nos espinhos mesmo), ele emite som de água. É impressionante a sonoridade!

Igrejinha

Dormimos num lugar chamado Igrejinha onde antigamente era uma vila dos nativos que trabalhavam no cultivo do café. Com a decadência do ciclo, eles foram abandonando as casas e o local de tornou pousada para os visitantes da região. Tudo bem simples mas muito acolhedor. Comida ótima e bem servida pelos próprios nativos. Existem quartos para casal e também para quem vai sozinho ou em grupos. Banheiros compartilhados e tem local pra lavar e estender roupa.

Meio do Nada

São várias casinhas com quartos e uma igrejinha de verdade, com 70 anos de história. Tudo em volta de um pátio. Lá estão ainda o refeitório, banheiros e lavanderia e alguns bancos ao ar livre. As refeições  no local já estão inclusas (café da manhã e jantar), o almoço como já mostrei acima acontece durante a trilha. Bebidas consumidas na hospedagem são pagas pelo visitante (aceita pix e cartão). O vale do Pati não conta hoje com mais do que 12 casas. É tipo morar no meio do nada mesmo!

Wi-fi

Já adianto que quem vai pra lá quer conexão com a natureza, então é bom esquecer que celular existe. Inclusive a senha de internet de lá da Igrejinha é mantida a sete chaves por quem nos recebe. Aproveite pra contemplar tudo que tem em sua volta, respirar e vivenciar tudo que é o Pati oferece, esquecendo do mundo. Curioso é que por lá, os mantimentos chegam em mulas que vêm da cidade mais próxima. Parte da trilha que seguimos nesta trip é também utilizada por elas.

Noite

À noite, após o jantar, o pessoal não demora muito a se recolher. Também pudera né? Depois de tanta pernada, o povo só quer cama. Um ou outro fica até mais tarde curtindo uma fogueira e jogando conversa fora. A luz é captada por energia solar, então banho mais morninho só tem pra quem se joga na ducha assim que chega da trilha. Se demorar muito, toma banho frio mesmo.

Dia 01:
Extensão de caminhada: 6km
Tempo de trilha: 5 horas

Dia 02

Preparem-se! Este é o dia de maior esforço, então vale tomar um café bem reforçado que logo em seguida já pegamos 3h de caminhada subindo montanha todo tempo. O destino é o mirante mais desejado pelos aventureiros: o Morro do Castelo. Andamos em média neste segundo dia 12 km. O Morro do Castelo fica a 1.300 m acima do nível do mar. Precisa de hotel pra sua viagem? É só clicar AQUI!

Cachoeiras

Na sequência, passamos pelas cachoeiras da Bananeira, do Funil (20m de queda) e do Lajedo. Boa parte da trilha é pelo leito do rio. O tempo total de caminhada é de umas 6h. E como se não bastasse tanto lugar lindo, ainda nos deparamos com uma travessia por dentro de uma gruta com 200m de extensão. Lá dentro usamos a luz do celular para caminhar.

Gruta

A vista quando a gente sai da gruta é linda, parece um portal de um universo paralelo. Pra economizar bateria do celular já que fazemos muitas fotos e vídeos, vale a pena deixar no modo avião já que a internet por lá não funciona mesmo. Se tiver câmera GoPro também leve pra garantir umas fotos bacanas pelas áreas com corredeiras e cachoeiras.

Dia 02:
Extensão de caminhada: 12km
Tempo de trilha: 6 horas

Dia 03

Este é o dia que a gente caminha mais, são cerca de 20 Km, a boa notícia é que o trajeto é em sua maior parte plano, tem subida de montanha mas se comparado com os outros dias há quem diga que é uma moleza: SQN! Paramos num paredão de onde sai uma cachoeira chamada Cachoeirão, com um visú de cair o queixo. O paredão de rocha tem nada menos que 280 metros. É algo realmente impressionante!

Caminhada

Pra chegar neste ponto, caminhamos cerca de 2h30 a 3h. O total de pernada neste dia é de 6h . Almoçamos em outro ponto do Rio Preto onde podemos tomar aquele banho de despedida do Vale do Pati. Neste local, não demoramos muito porque os “borrachudos” estavam em festa. E logo seguimos até o ponto da Toyota (mesmo local que nos deixou no início da trilha).

Contemplação

Em todos os atrativos ao longo da Trilha do Vale do Pati (mirantes, cachoeiras, poços) a gente tem tempo de parar, contemplar, fotografar e respirar ok? Claro que a vontade é de passar o dia todo nos mirantes olhando a vista que temos a nossa frente, mas tem muito chão a seguir. A caminhada todos os dias começa por volta das 7h30 / 8h e acaba final de tarde por volta das 17h.

Final

Na reta final descemos muita montanha e vale redobrar o cuidado pois a descida sempre parece mais fácil, mas lembre-se de que é quando fazemos mais esforço no joelho. Então vá de forma ritmada com seu grupo mas pisado com firmeza e atenção. Até porque as pernas já estão bem cansadas da maratona.

Vitória

Ao encontrar a nossa Toyota, a sensação de final da trilha é difícil descrever porque é um sentimento muito especial, mas o que posso dizer é que a gente se sente vitorioso, com a sensação de missão cumprida, superação do próprio corpo. E a certeza de que somos um grão de areia diante da grandiosidade da mãe Natureza. O motorista nos espera com um troféu mais que desejado por todos: muita água gelada!

Dia 03:
Extensão de caminhada: 20km
Tempo de trilha: 6 horas

Tempo Total de Trilha: 38Km / Nível: Hard (pesado)

Para este tour:
@cirturchapadadiamantina
Preço: R$ 1.499,00 (Pix)


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